Uma pessoa adulta escolhe uma religião de acordo com as suas
crenças, provenientes da sua avaliação das várias hipóteses que lhe são
apresentadas relativamente ao que os rodeia. Uma criança não tem capacidade de
avaliar essas hipóteses. As pessoas adultas podem escolher a hipótese da
ressurreição de Jesus, podem acreditar em deus, etc. Isto tudo são exemplos de
avaliações incorrectas das hipóteses propostas, mas não indica necessariamente
um limite devido ao seu estádio de desenvolvimento intelectual, como no caso
das crianças, que torna improvável que uma criança faça uma avaliação correcta
das hipóteses que lhe são apresentadas, devido ao facto das crianças terem
dificuldade em entender e assimilar certos conceitos, como a selecção natural,
as mutações e até mesmo a ressurreição e esse tipo de coisas. Até mesmo o
conceito de “fé” ou “evidência” pode ser difícil para uma criança. É claro que
á medida que a idade vai avançando uma criança vai começando a superar esse
tipo de dificuldades a aprender conceitos-base como “evidência histórica”, “fé”
(crença sem evidências), etc. Uma criança entre os 11 e os 12 anos está mais ou
menos pronta para começar a analisar certas opções, como “acreditar
porque a, b ou c confirmam a hipótese” ou “não acreditar porque a, b ou c não
confirmam a hipótese”. Por exemplo, com essa idade eu escolhi a hipótese “deus
não ouve orações” porque “ninguém respondia nem fazia nada”. Escolhi o “lado”
do meu professor de história relativamente á ressurreição de Jesus (“ninguém
ressuscitou”) e não o da minha melhor amiga porque ela não tinha evidências
disso, sendo algo em que as pessoas acreditavam por fé.
É com a capacidade de apreender certos conceitos que uma
criança vai começando a pensar por si própria e a acreditar ou não em certas
coisas. Portanto deixem as crianças crescer para poderem escolher a sua
religião ou não escolher nenhuma. Não lhes atribuam rótulos que não fazem
sentido.
Ref.:
- Hey, preacher – leave those kids alone,
Ariane Sherine, 18 November 2009 – The
Guardian (disponível aqui: http://www.theguardian.com/commentisfree/belief/2009/nov/18/atheist-bus-campaign) (Imagem)
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