sábado, 28 de novembro de 2015

Psicopatia vs Sociopatia: Que confusão!

Que confusão! Até pessoas estudantes de psicologia e pessoas que escrevem artigos que são publicados em revistas científicas da área usam esse termo obsoleto e causador de confusão para se referirem à perturbação anti-social da personalidade.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

A "lógica" do Stephen C. Meyer

A (falta de) lógica do Stephen C. Meyer:

Stephen C. Meyer: We know what produces information, codes, etc.: humans! Because we see these things in living things, then we must conclude a god did it! Because we in fact know that a disembodied intelligent being who does that kind of stuff can and does exist... right?

domingo, 1 de novembro de 2015

Ciência vs Superstição: miscelânia criacionista

Pois bem, a última dos criacionistas é jeitosa. Dizem eles que existem sim evidências do sobrenatural registadas e que vêm do campo da medicina. Referem coisas misteriosas e inexplicáveis sem especificarem exactamente a que se referem. Mas vamos lá: sim, há de vez em quando uns relatos assim de curas inexplicáveis, mas inexplicáveis através do conhecimento actual não significa necessariamente sobrenatural. Outra das coisas é os relatos de vida depois da vida, mas isso tem explicações alternativas boas que não envolvem almas ou espíritos (actividade cerebral quando se pensa que a pessoa já está completamente morte, por exemplo). Também já houve bastantes casos de fraude de pessoas que precisavam de atenção e dinheiro.
Os criacionistas também "explicaram" (com muitas aspas) a origem da vida tendo por base a sua "teoria" (também com muitas aspas) do criacionismo do design inteligente da seguinte forma:

Um designer vivo e Inteligente, com sua natureza imaterial, fez o planeta Terra possuir os princípios antrópicos que permite a vida orgânica, reuniu alguns elementos inorgânicos presentes neste planeta, os transformaram em orgânicos, os organizaram em uma máquina irredutivelmente complexa, cheia de “motores celulares” e informação, e ao estar pronto e estático (como um ser “morto”), cedeu parte de seu elemento imaterial (que é a vida) fazendo esta máquina “viver”

A gramática não está grande coisa, mas dá para perceber a ideia: o designer (deus) fez tudo isto usando uns quantos químicos não especificados que reagiram de maneira não especificada e pronto. 
O pior é que depois têm o descaramento de dizer isto: independentemente dos pormenores, eu consegui expor, resumidamente, a ideia. Tu não consegues fazer o mesmo? Por gentileza, se puder, me guie de forma resumida e lógica, a tua visão, para eu realmente analisar se a hipótese naturalista é realmente plausível, conforme alegaste.
Pois... o oponente tem que saber praticamente tudo sobre os trabalhos que foram feitos nesta área e saber, claro está, qualquer coisa de bioquímica pelo menos. Mas tudo o que eles têm que fazer é dizer que o designer fez as máquinas moleculares e a vida juntando uma data de químicos e inserindo uma espécie de alma (será isso) nos seres vivos. Boa. Uma criança do 5º ano certamente faria o mesmo trabalho ou melhor. Mas eles têm que se gabar subtilmente da sua grande proeza que foi nada mais nada menos do que um grande "deus fez"! 
Mas eu sou simpática e de facto sei alguma coisa de bioquímica e vou responder: 

O meu muito breve (e incompleto) resumo, é algo assim: vendo bem, as moleculas de DNA ligam-se através do grupo fosfato ligado a uma pentose, por isso se eles tinham originalmente 1 grupo fosfato nesse sítio cada um, um dos grupos sai para fora, sendo uma reacção de desfosforilação. O que os cientistas fizeram foi recrear em condições pre-bióticas plausíveis (com os reagentes e as outras condições que provavelmente existiam na altura) uma reacção que estabelecesse uma ligação dessas entre as várias pentoses (ribose ou no caso do DNA desoxiribose) que se encontram ligadas às bases azotadas que compõem o DNA. E conseguiram que se formassem moleculas curtas de DNA. Sabe-se ainda que em condições também compatíveis com cenários pré-vida lípidos formam vesículas com membranas semelhantes às actuais. provavelmente os ácidos gordos foram os pioneiros na formação da membrana porque são estáveis para se acumularem. A estes ter-se-ia adicionado mais um grupo químico e teria ocorrido a fosforilação (daí fosfolípidos). Estes ácidos gordos também permitiam a entrada de outras moleculas. Estas vesículas podiam conter o primeiro material genético por assim dizer, que se pensa ter sido o RNA. Sabe-se também que certas moleculas de RNA são capazes de se auto-replicarem e evoluírem, mas a hipótese do RNA world em si não é ponto assente entre os cientistas. Escusado será dizer que já foram produzidos alguns tipos de nucleótidos em experiêcias que procuravam simular os ambientes primitivos e foram sucedidos porque se desviaram das vias mais tradicionais usadas em várias tentativas anteriores.Quanto ao código genético, este provavelmente surgiu por processos estocásticos (pesquisar simulações monte carlo).
Agora aqui fica o link para uma boa base de dados para procurar referências: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/


Referências: 


Nota: O texto comentado nos links fala de mais uma evidência sobre a teoria do big bang sobre a qual os criacionistas mais uma vez tentam lançar dúvida - não só sobre a evidência, como também sobre a teoria em si. Aquilo que é chamado de “avisos” no texto é apenas referente ao facto de que na ciência nada é dado como definitivo e geralmente os cientistas têm a tendência a verificar os factos e as evidências várias vezes e este caso não é diferente. Isso não significa que as evidências disponíveis não apoiem a teoria. Não há exactamente uma única descoberta com uma “prova” (aliás, esse termo é para a matemática não para a ciência) definitiva para uma teoria ou hipótese, normalmente. É o mesmo que a teoria da evolução e que eu saiba esta evidência que aqui aparece é só mais uma das muitas que existem a favor do big bang já confirmadas:https://en.wikipedia.org/wiki/Big_Bang#Observational_evidence

P.S:: eu continuo a comentar nos blogues dos criacionistas e a refutá-los, mas eles não sabem.