domingo, 28 de fevereiro de 2016

Fazer a cama para os filhos

De vez em quando em revistas aqui e ali, aparecem referências à alta prevalência e incidência de depressão e ansiedade nos países industrializados nos últimos anos. Problemas relacionados são o stress financeiro (hipotecas, não conseguir ganhar o suficiente, poupar o suficiente, etc.), problemas ou desafios na escola (no caso dos mais jovens), stress no trabalho, nas relações, as quais são muitas vezes afectadas pelo stress no trabalho, e afectam os níveis do mesmo. As soluções vão desde as mais racionais/ devidamente estudadas e baseadas na ciência, passando pelas que misturam ciência psicológica com espiritualidade individual (que aqui não tem muito a ver com religião ou deuses), tendo alguns efeitos positivos na prática, até àquelas que até podem funcionar na prática com algumas pessoas, mas têm uma base algo questionável. Isto tudo para chegar à parte em que me questiono sobre a origem das várias causas apontadas. E de onde é que elas vêm? Ora, vêm do próprio sistema que o ser humano criou ele mesmo. Modelo: casa (pai, avós, etc.), educadora de infância/ ama, escola (agora a escola, os estranhos que nela vagueiam de nariz empinado mandam – ou pelo menos querem mandar – na vida quase toda dos jovens e até dos pais!). Depois vem a faculdade, mais uma vez, tu és mandada fazer isto, e mais aquilo, e mais “aclotro”, e no fim, ainda pagas se queres (stress financeiro). Acabados finalmente os estudos que pareciam intermináveis (às vezes depois do mestrado/doutoramento ou da segunda licenciatura frequentada) vêm, com “sorte”, as 40 horas semanais pagas como se dessem esmola a um mendigo. E muita gente não gosta. Aliás, pela minha experiência, um trabalho é um trabalho, é feito porque tem que ser, porque “temos que sobreviver”, mas muitos não gostam nem um bocadinho de trabalhar 40 horas por semana e serem mal pagos. E a escola não está muito mais recheada de verdadeiros entusiastas, embora a partir de uma certa altura finjam até para eles próprios que a escola é “fixe” e serve para fazer amigos (isso distrai-os da verdadeira realidade da escola que os segue quase até à hora de deitar).

    Em adultos, e continuando a fazer as coisas porque tem que ser, não porque gostem minimamente, dizem que os melhores tempos da vida deles foram os de estudante. Há duas maneiras de abordar esta defesa emocional, a qual recorre à nostalgia. Primeira: Não é por repetirem vezes sem conta para quem quiser ouvir que comer lama é bom que o torna realidade. Lama é sempre lama. Segunda: não é por a lama não saber tão mal como a merda que passa a saber bem. Como eu disse, lama é sempre lama, não se transforma em mousse de chocolate através de palavras mágicas repetidas ad infinitum. Mas quem criou este sistema e o perpetuou através de mentiras (para si próprio e para os outros) foram os antepassados dos de agora, que, por sua vez vão perpetuá-lo de igual modo. Conclusão: não culpem apenas a vossa química cerebral ou a vossa aparente “inabilidade” de se “adaptarem ou de aceitarem ou seja daquilo que for”: culpem o mundo em que vivem e as pessoas que o criaram e não sejam como elas. Quanto aos (poucos na minha opinião) que não tiveram uma experiência negativa na escola – e não falo sequer de não sofrer gravemente de bullying, mas sim de ter uma experiência verdadeiramente positiva –, reflictam e pensem que provavelmente não é assim para muitos e esqueçam os velhos mantras de “a vida de estudante vai acabar por ser a melhor fase da tua vida”, porque isso não a torna melhor para a outra pessoa mesmo que ela aprenda a repetir o mesmo mantra. É algo provável que esta não esteja verdadeiramente a gostar da experiencia, e se for alguém com espírito crítico, pode é pensar “que raio de tortura ainda estará para vir?” ou “isso só pode ser mentira ou a experiência dele é excepcionalmente diferente da minha”.  

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Últimas notícias sobre criacionismo vs. evolução...

... notícias que não são já notícias (coisas como casos pontuais de tecidos moles anormalmente preservados em que há explicações propostas, etc.), mas que podem de qualquer maneira ser encontradas no google+.