Ao longo dos meus vários “debates” na internet com
criacionistas aprendi uma coisa: regra geral não se consegue desfazer as
confusões que estes arranjam na cabeça deles, mas quando tentam propagá-las,
podem ser desmentidos. Isso é o máximo que se consegue. Explica-se uma e outra vez
como os cientistas estudam a evolução em termos genéticos e que os sistemas e
estruturas biológicos propostos pelos criacionistas já foram investigados e foi
concluído que as hipóteses evolutivas foram favorecidas pelas observações - ou
seja, explica-se como os cientistas trabalham). Mas isso de nada vale para os
fazer mudar de ideias, pois continuam a dizer coisas como: “A teoria da
evolução tem apenas pessoas que defendem a ideia de que não existe um designer”
(*). Isso não é assim. A teoria da evolução (bem como todas as hipóteses
evolutivas aceites) é apoiada por evidências e é o fruto do trabalho de vários
cientistas ao longo do tempo, começando por Darwin e Wallace, passando por
Ohno, Haldane - no campo da genética de populações e muitos outros.
Darwin era cristão e criacionista, como muitos cientistas no
seu tempo, quando descobriu que a selecção natural poderia ser uma boa parte da
explicação para a diversidade e complexidade da vida – ou seja, quando começou
a trabalhar na sua teoria. As suas dúvidas relativamente á existência de deus
vieram depois, quando finalmente se apercebeu da realidade do mundo em que
vivia. O próprio pai da teoria mudou de ideias face às evidências. Mas não se
consegue convencer um criacionista de que aquilo em que ele acredita está errado.
*Nota: Um bom exemplo desta situação pode ser encontrado
aqui: http://darwinismo.wordpress.com/2013/11/07/protegendo-a-teoria-da-evolucao/#comment-22780
(note-se que o comentário é de uma pessoa que já leu várias coisas que escrevi
sobre o assunto).
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