[Para contextualizar, convém ler este texto: http://allthatmattersmaddy32.blogspot.pt/2012/10/a-oriem-da-homoquiralidade.html]
Existam evidências de mecanismos de síntese selectiva
relativamente á quiralidade, - catálise assimétrica, de que as polimerizações
dos primeiros aminoácidos poderiam perfeitamente ter produzido formas
enzimáticas capazes de catálise assimétrica. Relativamente á catálise
assimétrica, “níveis” de quiralidade baixos (que podem acontecer ao acaso) originam
“níveis” superiores de quiralidade. (1) Além disso, os péptidos L são mais
flexíveis a ajustes estruturais, tendo por isso mais facilidade em adaptarem-se
e a serem seleccionados – esta selecção seria análoga á selecção natural da
teoria da evolução (2).
Agora vamos fingir que o que eu mencionei anteriormente era
impossível de acontecer. Então, ficamos com uma questão por resolver: «Qual é a
origem da homoquiralidade?» E nada mais do que isso. Mas o Dr. Marcos Eberlim
parece não perceber. Para ele basta alegar (nem sequer é preciso demonstrar)
que tudo isso é impossível, pois se isso é impossível, então o responsável pela
formação de moléculas homoquirais é o deus do Marcos Eberlim. E nem sequer
repara que está a formular um argumento da ignorância do tipo: «Eu não sei o
que aconteceu, portanto o meu deus preferido entre todos os outros foi o
responsável» (3). Este criacionista disparatado já foi um cientista envolvido
em pesquisas sobre a homoquiralidade que não tinha essa atitude quando trabalhava.
Pela sua atitude relativamente á investigação nessa área (e ao seu próprio
trabalho anteriormente publicado), parece-me que deixou de ser um cientista há
muito tempo (4).
Eberlim colocou algumas questões, que há luz daquilo que
referi no início não fazem qualquer sentido: envolvem estranhos ribossomas e
DNA racémicos e o autor não parece perceber o tipo de selecção que possivelmente
actuou neste cenário (4).
Referências:
- Catálise assimétrica e o Prêmio Nobel de química 2001 – QNEsc (via “NetNature”)
- Chirality-controlled formation of ß-turn secondary structures in short peptide chains: gas-phase experiment versus quantum chemistry, V. Brenner, F. Piuzzi, I. Dimicoli, B. Tardivel, and M. Mons, Angewandte Chemie International Edition, 46, (2007) 2463. (via Cea, disponível aqui: http://iramis.cea.fr/en/Phocea/Vie_des_labos/Ast/ast.php?t=fait_marquant&id_ast=845)
- «Resposta final do Dr. Eberlin ao debate proposto por ele», 2013/04/16/ (disponível aqui: http://evolutionacademy.bio.br/2013/04/16/resposta-final-do-dr-eberlin-ao-debate-proposto-por-ele/)
- «Homoquiralidade: “ouro dos tolos” e o ónus da prova», 2013/04/10 (disponível aqui: http://www.cienciaefe.net/2013/04/homoquiralidade-ouro-dos-tolos-e-o-onus.html)
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