sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A Origem da Homoquiralidade: a estranha história de Marcos Eberlim


Existam evidências de mecanismos de síntese selectiva relativamente á quiralidade, - catálise assimétrica, de que as polimerizações dos primeiros aminoácidos poderiam perfeitamente ter produzido formas enzimáticas capazes de catálise assimétrica. Relativamente á catálise assimétrica, “níveis” de quiralidade baixos (que podem acontecer ao acaso) originam “níveis” superiores de quiralidade. (1) Além disso, os péptidos L são mais flexíveis a ajustes estruturais, tendo por isso mais facilidade em adaptarem-se e a serem seleccionados – esta selecção seria análoga á selecção natural da teoria da evolução (2).
Agora vamos fingir que o que eu mencionei anteriormente era impossível de acontecer. Então, ficamos com uma questão por resolver: «Qual é a origem da homoquiralidade?» E nada mais do que isso. Mas o Dr. Marcos Eberlim parece não perceber. Para ele basta alegar (nem sequer é preciso demonstrar) que tudo isso é impossível, pois se isso é impossível, então o responsável pela formação de moléculas homoquirais é o deus do Marcos Eberlim. E nem sequer repara que está a formular um argumento da ignorância do tipo: «Eu não sei o que aconteceu, portanto o meu deus preferido entre todos os outros foi o responsável» (3). Este criacionista disparatado já foi um cientista envolvido em pesquisas sobre a homoquiralidade que não tinha essa atitude quando trabalhava. Pela sua atitude relativamente á investigação nessa área (e ao seu próprio trabalho anteriormente publicado), parece-me que deixou de ser um cientista há muito tempo (4).
Eberlim colocou algumas questões, que há luz daquilo que referi no início não fazem qualquer sentido: envolvem estranhos ribossomas e DNA racémicos e o autor não parece perceber o tipo de selecção que possivelmente actuou neste cenário (4). 

Referências:

  1. Catálise assimétrica e o Prêmio Nobel de química 2001 – QNEsc (via “NetNature”)
  2. Chirality-controlled formation of ß-turn secondary structures in short peptide chains: gas-phase experiment versus quantum chemistry, V. Brenner, F. Piuzzi, I. Dimicoli, B. Tardivel, and M. Mons, Angewandte Chemie International Edition, 46, (2007) 2463. (via Cea, disponível aqui: http://iramis.cea.fr/en/Phocea/Vie_des_labos/Ast/ast.php?t=fait_marquant&id_ast=845)
  3. «Resposta final do Dr. Eberlin ao debate proposto por ele», 2013/04/16/ (disponível aqui: http://evolutionacademy.bio.br/2013/04/16/resposta-final-do-dr-eberlin-ao-debate-proposto-por-ele/)
  4. «Homoquiralidade: “ouro dos tolos” e o ónus da prova», 2013/04/10 (disponível aqui: http://www.cienciaefe.net/2013/04/homoquiralidade-ouro-dos-tolos-e-o-onus.html)      

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