sábado, 31 de outubro de 2015

FAQ (Parte III): A prova.

3. Não há nenhuma prova cientifica que proteínas surgem através de evolução cega, desgovernada, sem fins.

Pelo paleio provavelmente o leitor teria percebido, mesmo sem o link, de quem se tratava. Aqui devo direccionar-vos primeiramente para o meu último texto antes desta série sobre probabilidades, que demonstra que a evolução por mutações aleatórias não é de todo improvável. Há várias experiências e observações na natureza que apontam para isso. Não tenho culpa que os criacionistas não as queiram aceitar. Eu posso mencionar os pseudogenes e retrovírus que partilhamos com os chimpanzés, como os cientistas estudam a história evolutiva das proteínas (incluindo a reconstrução dos acontecimentos evolutivos em termos de mutações), quais são os efeitos das mutações nos genes do desenvolvimento. Mas sem alguma pesquisa autónoma não se vai a lado nenhum, por isso recomendo o pubmed (base de dados do NCBI).

Em relação ao texto em si a ser comentado no link, devo, mais uma vez, direccionar o leitor para o último texto antes desta série para atentarem na desconstrução dos argumentos do Douglas Axe (que se baseiam na improbabilidade da evolução de proteínas por mutações aleatórias).

Para além disso… não se diz prova em ciência, diz-se evidência. Prova é para a matemática.

3.1. Ah, as experiencias são feitas por quem? pessoas retardadas, ou pessoas com cognição apurada? Oras Simule um universo despropositado a começar com um retardado criando um computador (…)

Eu não tenho a certeza se já mencionei isto ou não no texto sobre as probabilidades e evolução de proteínas, mas as sequências proteicas no tipo de experiências referidas nesse texto são aleatórias. O que os cientistas fazem depois é ver se há função, mas não criam propositadamente a função. É “criada” aleatoriamente.

3.2. Proteínas no mundo real não existem por processos aleatórios, nem funcionam sozinhas, nem são a prova de correcção, de codificação e descodificação.

Os processos na célula são mais caóticos e aleatórios do que esses videozinhos simplificados que circulam por aí querem fazer parecer (por ex.: há imenso ruído). Mas isto não interessa, porque não estamos a discutir os processos celulares que levam à existência das proteínas (se é disso que esta santa pessoa estava a falar), mas a origem e evolução das mesmas – e essa sim, deriva em grande parte das mutações aleatórias (consultar as evidências supracitadas). 



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