sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

A infância do psicopata

Era uma vez, num reino distante (mas não assim há tanto tempo...), um miúdo, que saiu da escola a correr para fugir da trovoada, entrou em casa, deixando a porta e uma janela aberta para a trovoada ("a peste", como ele dizia) poder sair e deixá-lo em paz (1). Mas com tanta correria, o puto nem reparou no apenino de caca que esmigalhou ao passar o portão (sempre a olhar por cima do ombro, não fosse a trovoada tecê-las). Espezinhou o chão todo com aquela m*rda toda que tinha agarrada aos pés, saltitando de degrau em degrau até ao quarto a cheirar a meias podres. Lá do fundo da escadaria, a mãe chamou-o aos berros. 
- Ó Miguel! Anda cá, já! Imediatamente! 
Só aí é que o Miguel parou para pensar e... cheirar o ar. O ar empestado daquele cheiro pavoroso a m*rda. 
«Que raios de cheiro...?» 
Olhou para os pés, para o chão e depois para a mãe, que já corria escada acima de vassoura empunho. 
- Vais levar uma surra, que nunca mais te levantas mê malandro!
- Aaah m*rda!
...
Desde aí que o Miguel se tornou um assassino em série de vassouras e passeantes que não limpam a caca do cão. É conhecido como a assassino da pegada castanha porque uma vez voltou a trovejar e ele teve que fugir da cena do crime, pisou caca de cão, deixou pegadas e foi, finalmente, para a cadeia viver com os outros psicopatas traumatizados (e não). 
Eu sei, eu sei, isto devia ser um blog sério, visto que é sobretudo sobre ciência (várias áreas da ciência) e filosofia. Mas apeteceu-me. 

1. Nota: Esta da trovoada foi inspirada num caso real: tive uma empregada que dizia que era preciso deixar uma janela aberta quando trovejava para a peste (a trovoada) sair. 


Sem comentários:

Enviar um comentário