segunda-feira, 4 de maio de 2015

Contra o criacionismo e a ignorância

Aqui há uns tempos atrás escrevi um post sobre as parvoíces do Mats, ou por outra, as parvoíces que o Mats acriticamente e sem grande perícia traduz. O criacionista "Anderson" comentou no "Darwinismo" em resposta ao post onde comentei (sobre o mesmo assunto abordado no meu próprio texto):

«Maria Teodósio, tu realmente acredita no que está no link? Artigo cheio de especulações, tal como normalmente vemos de vocês naturalistas. Dá até para achar que você participou da edição do artigo, visto que é muito similar com o que você fala. E ainda vem nos dizer “Informem-se deixem-se de aceitar acríticamente tudo o que os criacionistas mais conhecidos e estrangeiros dizem.“, e pergunto, já parou tu mesma a fazer isso com os evolucionistas? Tem uma citação no artigo assim:
“Also, Behe and the ID’ers do not acknowledge what Darwin himself figured out – that of coaptation. Structures may develop for one purpose and then be coopted for another. For example, the bacterial flagellum likely evolved from a simpler structure that was not a motor but was used to inject proteins into prey.“.
Aí você acredita nisso sem questionar? Ok, se o flagelo bacteriano era, supostamente, para injetar proteínas na sua presa, como ela se movia até a presa para usar o tal flagelo para este propósito? Por que foi necessária essa mudança evolutiva para um flagelo que é usado para mover-se? Não é mais necessário injetar proteínas nas suas presas, por que? Onde estão as evidências que suportem essa teoria? Ele fala como se isso fosse algo comprovado pela ciência mas, no entanto, é falácia para enganar aqueles que querem uma alternativa a Deus.
Pois o que mais me faz curioso a seu respeito é: Por que se importa em “converter” os criacionistas a sua causa? No que isso vai te ajudar? Antes que retorne a pergunta, nós criacionistas sentimos esse desejo por que te amamos como Deus os ama. É desejo d’Ele, que está em nós, indicar o caminho a vós outros para a sua salvação e alegria do Criador. O que me deixa perplexo é porque um ateu guerreia contra a fé em Deus se isso, no final, vai, segundo a própria crença, terminar do mesmo modo – uma poeira sem sentido que existiu no tempo de bilhões de anos. Como pode ter sentido no existir sem uma Causa? Pense nisso Maria Teodósio, e não se deixe enganar!»

Só agora é que vi (e comentei) este chorrilho de disparates: primeiro eu já li mais sobre o assunto do que está no link, e tive aulas a nível universitário que me deram bases para perceber o que leio. Agora, eu não vou fazer o trabalho por nenhum criacionista idiota e ignorante. Se não imagina como pode ter sido, ele que pesquise. Não sou professora, educadora de infância, nem explicadora para fazer o trabalhinho de casa por sua excelência. E não, não sou nenhuma ignorantezinha que se deixa enganar pelos “malvados” evolucionistas. Eu tenho formação académica o suficiente para analisar o que leio sobre o assunto. Não, não me deixo enganar. Por isso mesmo não sou criacionista. Quanto à crença na existência de um Deus, não é propriamente contra isso que eu “guerreio”. É contra a ignorância, a estupidez e o criacionismo seja ele de que religião for. Se quiserem acreditar que existem unicórnios invisíveis ou que de outro modo se escondem das sondas em Marte, tudo bem. Querem ter crenças que não provam, ou não podem provar, problema deles. Mas detesto este tipo de ignorância e estupidez e criacionismo com tudo o que este acarreta vulgarmente - desonestidade intelectual, recusa em aprender, por vezes paternalismo, etc.

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