sábado, 2 de maio de 2015

Como debater evolução com um criacionista


O Dr. Michael Shermer fez um óptimo trabalho no debate em 2004 (Universidade da Califórnia – Irvine) com o criacionista da Terra jovem Kent Hovind. Com humor negro, factos e uma certa dose de condescendência, este conseguiu passar um bom bocado enquanto os criacionistas enfiavam os dedos nos ouvidos.
O Dr. Shermer, por exemplo, apontou para o facto de a baleia nadar com barbatanas semelhantes aos membros dos mamíferos e não ás dos peixes, o que é consistente com a evolução e não com a noção de criacionismo progressivo, ou mesmo qualquer outro tipo de criacionismo, a menos que deus fizesse as baleias e os golfinhos assim para testar a fé dos humanos ao enganá-los – o que significa que os criacionistas teriam que fugir com o rabiosque á seringa e ficariam desacreditados, pois se uma hipótese precisa que a defendam dos testes dessa maneira para não ser falseada é porque deve ser desprezada, não servindo para nada. Na realidade esse facto acerca das barbatanas das baleias e dos golfinhos apoia a hipótese evolutiva, pois faz sentido que a evolução “trabalhasse” com aquilo que já lá está, isto é, com os membros dos mamíferos ancestrais através das mutações que iriam modificá-lo, mas não substitui-lo por uma barbatana de peixe.
O papel do criacionista Kent Hovind no debate foi insultar o seu oponente e todos os cientistas que citava. É nisso que os criacionistas são bons – nisso e em serem desonestos, mas não em ciência. E já agora: por uma estrutura qualquer ter alguma função para os indivíduos da espécie em questão, não significa que não possa servir de evidência para a evolução.
Acho que ambos os participantes estão de parabéns: um pela melhor explicação e o outro pelos melhores insultos.

Aqui fica o vídeo: 




Nota: este post já é antigo, mas achei que o debate era bom para entreter. 


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