quinta-feira, 4 de junho de 2015

Um criacionista foge ao debate e depois escreve sobre evolução de bactérias e drosofila.

Jephsimple (o criacionista) foge ao debate com um comunicado no seu próprio blog (ao qual nem me dá a oportunidade de responder no sítio): 

«Em um dos seus comentários ela disse que eu só não vou aprovar os comentários dela por que os comentários dela  contradizem meus argumentos e minha capacidade argumentativa é muito limitada.» - E o facto dele ter retirado comentários que apenas falavam do conteúdo dos posts, que já tinham sido aprovados reforça isso.  Bastava-lhe eliminar os que ele considerava ofensivos. 

«Não Maria, argumentos contrários aos meus, quando trazem consigo razoabilidade me motivam a aprender mais.» Todos (ou, mesmo da perspectiva dele, quase todos) os comentários que ele apagou eram assim. 

«Então esse tipo de tática eu simplesmente ignoro. Não acrescenta em nada em meu aprendizado sobre o design inteligente, sobre biologia, sobre evolução.» Quem tem acompanhado esta "discussão" (se é que assim lhe podemos chamar) sabe que eu fui um tanto agressiva no início do meu post no google+ (e deixei o link no blog dele), mas que, em termos do resto do conteúdo em geral teria contribuído e bem para a discussão. 

«Não fosse esse seu comentário arrogante, infantil, ideológico, adolescente, irracional, teus comentários seriam todos aprovados. como aprovei alguns.» Que depois apagou - e, repito, apenas tratavam do conteúdo do post.  

«Afinal, não tenho problemas com argumentos contrários ao meu.» sendo generosa, o máximo que posso dizer é que fica a dúvida se foi o que eu disse ao princípio, se foi a raivinha, ou outra emoção que não consegue controlar (muito adulto, revela muita maturidade, sim senhor!)

«Mas eu passei da idade da adolescência, e passei dos vinte um tempinho. » Quem lê (criticamente) os comentários dele no Darwinismo tenho quase a certeza de que não pensa assim. 

E, já que estou com a mão na massa, aqui fica a breve análise de mais uns tópicos (os mais recentes) desse blog (https://jephmeuspensamentos.wordpress.com/) 

8. https://jephmeuspensamentos.wordpress.com/2015/06/03/o-custo-da-complexidade-drosofila/ 

«Entretanto cientistas como McShea apontam outro caminho para o surgimento da complexidade: através da lei evolutiva força-zero, que seria a ausência ou diminuição da da seleção natural-é chamada evolução construtiva neutra. (4)
Como a complexidade surge, pode ajudar um organismo sobreviver melhor ou ter mais filhos. Se assim for, será favorecida pela seleção natural e se espalhará pela população. (4)
Mas ao olharmos a figura, qual se reproduzirá melhor? A “simples” drosófila ou a “complexa” drosófila?
Outros artigos demonstram a perda de aptidão da drosófila que apresenta aumento de aprendizagem. (5)
Inicialmente a drosófila parece demonstrar uma perda de aptidão ao adquirir resistência aos pesticidas. Em artigos iniciais isso foi demonstrado, mas hoje a drosófila resistente parece ter readquirido a aptidão inicial. Entretanto, para a maioria dos insetos há uma perda de aptidão. (6)
A conclusão é de que o aumento da complexidade da drosófila diminui a aptidão.» 

Acho que a chave para compreender isto está nesta expressão: «pode ajudar um organismo sobreviver melhor ou ter mais filhos.» (n. b. "pode"). Também pode melhorar umas coisas e piorar outras. Ou não. E tudo isso depende do ambiente em que se inserem. Faltou-lhe um bocadinho assim...

9. https://jephmeuspensamentos.wordpress.com/2015/06/03/o-custo-da-complexidade-2-bacterias/ 

«alisando a formação de polímero (biofilme) pelo Pseudomonas, notou-se que as bactérias que não produzem polímero se reproduzem mais rápido que as produtoras de polímero (Mirsky, 2009). As produtoras de polímero seriam “altruístas”. Numa competição direta as “altruístas” seriam eliminadas. O acréscimo funcional aqui seria considerado um aumento de complexidade.»

Frase a destacar: "Numa competição direta as “altruístas” seriam eliminadas." E...? Tal como eu disse, é o ambiente que determina o "valor"/ Custo das características. 

«O protocolo sugere que em seis meses no domicílio o ambiente se encarrega de eliminar a bactéria. A eliminação se deveria à competição com outros organismos e a atuação do sistema imunológico da pessoa.» Sim. Mas se, por exemplo, ocorresse uma alteração ambiental, como por exemplo haver um antibiótico que mate os outros microorganismos ou se estes enfraquecerem geneticamente face a outra qualquer alteração (sim, porque o valor é sempre relativo ao meio) e/ou o paciente se tornasse (por exemplo, por carência de vitaminas) deprimido, o resultado provavelmente seria diferente. Volto a dizer, depende do ambiente. 

Mais (sobre o tópico da ciência cognitiva e neurociência): https://plus.google.com/u/0/102977258703229746475/posts/Yn5nbU23PUA 


«Comentário: «A mudança voluntária de atenção de um sujeito provoca mudanças no estado de ativação cerebral detectável através de um sistema de neuro-imageamento.» Tudo bem, pois claro, de qualquer maneira alguma mudança tem que ocorrer na actividade cerebral aquando dessa ocorrência, mas não vejo como é que daqui segue, por exemplo, que “as mentes não podem estar totalmente instanciadas no cérebro, nem nas relações deste com o ambiente e nem em nenhum lugar de nosso mundo físico.”...» 

  

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