domingo, 6 de outubro de 2013

As mutações deletérias não são assim tão más

Muitos biólogos (não criacionistas) assumem que mutações deletérias são proibitivas para a evolução e por isso não têm em conta os benefícios que esse tipo de mutação pode ter. Weinreich et al. (2006) são um exemplo disso – assumem que as proteínas só podem adaptar-se fixando apenas mutações benéficas. Já Ortlund et al. (2007), descobriram que a epistase (interacção entre os genes) permite às proteínas a evolução de novas funções. 
Atravessar um período em que os indivíduos são menos aptos para se reproduzirem pode permitir que a prole chegue a um ponto em que está em vantagem sobre aqueles que se podiam considerar “bem adaptados” se os custos de passar por isso não forem muito elevados. Pode-se pensar nisso como atravessar um vale entre dois picos (são esses os termos utilizados na literatura científica). Essa ocorrência depende de coisas como a taxa de mutação e a o tamanho da população.
Se não fossem as mutações deletérias, o que eu descrevi anteriormente seria impossível de ocorrer e o processo evolutivo seria menos eficaz. As mutações deletérias afinal até trazem alguns benefícios. Não são assim tão más.
Simulações realistas tendo em conta certos parâmetros foram realizadas e deu resultado (*).
Os criacionistas adoram dizer que os vales são intransponíveis e que a evolução não funciona por isso. Esqueceram-se das queridas mutações deletérias que tanta falta fazem á evolução.



Referências:

-          Weinreich DM, Delaney NF, Depristo MA, & Hartl DL (2006). Darwinian evolution can follow only very few mutational paths to fitter proteins. Science.


-           Ortlund EA, Bridgham JT, Redinbo MR, & Thornton JW (2007). Crystal structure of an ancient protein: evolution by conformational epistasis. Science. 

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