Não, não houve qualquer tipo de "desconversão" de nenhuma forma de cristianismo. Eu nunca fui muito cristã. A maior parte do tempo, até uma certa idade (10, 11 anos), nunca pensei muito no assunto da existência de deus e quando pensava era mais um "se deus existe, então...", portanto nunca acreditei firmemente num deus (julgo já ter escrito sobre isto no meu outro blog, mas aqui vai).
Desde garota que os meus pais nunca me ensinaram criacionismo, antes pelo contrário, ensinavam que descendíamos de um animal tipo macaco e que a vida na terra já evoluíra. Encorajaram-me a pesquisar sobre outras religiões, incluindo religiões da antiguidade, e nunca me impuseram uma crença em deus, até porque os meus pais eram agnósticos - no sentido de que normalmente me diziam "não sei" (acho que, pelo menos agora, são ateus - pelo menos o meu pai). Também não eram muito de ir à igreja de um modo geral. No entanto, tinha uma madrinha muito católica, que pressionou a minha mãe, dizendo-lhe que seria bom para a minha formação, etc., para que eu fosse à igreja (e até para ela a substituir durante uns tempos na catequese quando esteve doente). Assim, eu acabei por, durante cerca de um ano e meio ao todo, ir à missa mais ou menos regularmente e à catequese, portanto também tive a minha quota parte de contacto com o cristianismo (católico, felizmente), ainda que muito menos do que a maioria dos ateus que conheço (pessoalmente e não). O meu ateísmo propriamente dito começou quando eu tinha já quase 11 anos (para mais detalhes, ver: http://allthatmattersmaddy32.blogspot.pt/2012/12/por-que-nao-acredito-em-deus-reeditado.html), mas só mais tarde me interessei pelo estudo da evolução e da origem da vida.
Os meus pais também nunca me obrigaram a ter aulas de religião e moral, pois queriam que eu fizesse as minhas próprias escolhas, achando que já bastava os contactos que tinha tido em pequena, não queriam que me impusessem a religião nas aulas e pensaram até que as aulas de religião e moral me fariam odiar a religião e os religiosos, pois já tinham ouvido muitas queixas da conduta dos professores, e isso eles também não queriam (e eu concordo, fomentar o ódio seja a quem ou ao que for numa criança é péssimo). Isso gerou algum conflito com professores, mas nada que não acabasse por se resolver a bem.
A estranha devoção dos meus colegas sempre me fez uma certa espécie, até quando ainda não era propriamente ateia. Sair da cama de propósito e ajoelhar para rezar. Rezar, rezar, rezar sem nunca obter resposta... Enfim! Quando tinha uns 12 anos concluí definitivamente que não havia evidências para a existência de deus e que, mesmo os que aceitavam o que a Bíblia dizia como facto, faziam-no por fé (ver evidências que me podem converter: http://allthatmattersmaddy32b.blogspot.pt/2014/06/porque-nao-acredito-em-deus-parte-2.html). Mas para eles era facto... Para mim acreditar sem "provas" (bem, mais propriamente evidências) não era maneira de se decidir fosse o que fosse relativamente à realidade. A questão do mal também influenciou - um deus infinitamente bom, que nos ama não comete as atrocidades que ele cometeu, nem deixa atrocidades acontecerem, portanto, esse deus não existia e quanto muito podia existir um deus mau, que eu não iria venerar. Agora (e já há muito tempo) essa questão é secundária no meu ateísmo - eu prefiro focar-me no facto de não haver evidencias para a existência de deus e haver evidências que contrariam os contos de fadas da Bíblia como o Génesis. Noutro texto eu escrevi que quando cheguei a este ponto teria 15, 16 anos, mas penso que foi mais cedo (13, 14 anos). Depois, aos 15 anos, começou o interesse no estudo da origem e evolução da vida e esse foi o pico do "boom" de descrença e aversão à ideia (completamente infantil) de deus. A partir daí, até cerca de meados de 2011 não pensei muito mais no assunto. Mas quando voltei à questão da (in)existência de deus, voltei à carga...
P.S. Na minha família há muitos ateus e pouco devotos; pergunto-me se será em parte genético.
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