quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Dissonância cognitiva e um prego no pé: ciência vs religião

A ciência é uma chatice... para os criacionistas e para os crentes em geral. As tretas deles estão constantemente a ser substituídas por explicações racionais e baseadas em evidências. Deve ser péssimo ser um criacionista no século XXI. Não os invejo. A dissonância cognitiva constante deve ser insuportável. A ciência é, no fundo, um enorme prego espetado no pé dos crentes... e, especificamente, do Mats. 
O Mats apresenta o seguinte título no "Darwinismo": Estudo científico pode colocar o último prego no caixão do naturalismo.  (O último? Primeiro que preguem os outros todos ainda muita água há-de correr.) Segundo o texto, ficou demonstrado através de um estudo científico que a consciência resiste até 3 minutos após a paragem cardíaca. 3 minutos? A sério? Daí até à eternidade no céu ou no inferno ainda vai um esticão... e daí até se demonstrar que existem deuses, anjos ou algo do género também. E a história da ciência diz-me que é bastante provável que se encontre uma explicação perfeitamente natural e racional, mesmo que isso assim seja, que nesses 3 minutos continuemos de alguma forma conscientes (como apontei em cima, a ciência é um enorme prego cravado no pé de cada crente). E é agora que um crente diria (e disse na vida real): «A história da ciência não tem nada a ver com isso, porque a ciência trata de fenômenos naturais, e Deus não é nada natural.» Não é bem assim. A ciência não estuda deuses, unicórnios, fadas, etc., directamente. Mas o que se descobre através do método científico pode dar para descartar/apoiar hipóteses relacionadas com deuses e religião – que se fossem confirmadas tornariam a existência dos mesmos deuses mais provável/plausível e que, sendo descartadas e substituídas por outras, a coisa funciona ao contrário.

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