terça-feira, 9 de setembro de 2014

Transtornos de personalidade e o seu valor adaptativo (adenda - estereótipos e variabilidade)

Reparei agora que a minha abordagem a este tema pode propiciar o estereotipar de certos grupos, mas quando se pensa/analisa este tipo de doença (mesmo sem ser clinicamente, como amigo ou familiar) há que ter em conta que dentro destas classificações todas existe variabilidade. Existem vários subtipos de cada transtorno (que podem apresentar características de outros) e dentro desses subtipos existe também variabilidade entre indivíduos e amostras. Um exemplo dessa variabilidade pode ser confirmado num estufo com mulheres presidiárias psicopatas - em que o tipo primário não exibia uma reacção de stress reduzida como noutras amostras (tanto de mulheres como de homens) (1). Até pelos estudos citados anteriormente com mulheres borderline se vê que há diferenças no funcionamento do cérebro em pacientes que se podem incluir no mesmo transtorno. Não convém estereotipar em excesso, tem que se contar com variabilidade - e isto aplica-se também a qualquer população que se observe. É normalmente aqui que os criacionistas falham: ou não se apercebem (ou fingem que não se apercebem) que a variabilidade é algo natural numa população devido às mutações. Pode ser reduzida e reposta. Certas variantes podem estar mais ou menos adaptadas ao ambiente/mudança ambiental. E é assim que actua a selecção natural. 

Ref.:

1. Personal Disord. Jan 1, 2010; 1(1): 38–57. doi: 10.1037/a0018135, PMCID: PMC2889701. "Validating Female Psychopathy Subtypes: Differences in Personality, Antisocial and Violent Behavior, Substance Abuse, Trauma, and Mental Health", Brian M. Hicks et al. (disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2889701/

Sem comentários:

Enviar um comentário