sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Criacionistas: ensiná-los é impossível, mas desmenti-los não é

Ao longo dos meus vários “debates” na internet com criacionistas aprendi uma coisa: regra geral não se consegue desfazer as confusões que estes arranjam na cabeça deles, mas quando tentam propagá-las, podem ser desmentidos. Isso é o máximo que se consegue. Explica-se uma e outra vez como os cientistas estudam a evolução em termos genéticos e que os sistemas e estruturas biológicos propostos pelos criacionistas já foram investigados e foi concluído que as hipóteses evolutivas foram favorecidas pelas observações - ou seja, explica-se como os cientistas trabalham). Mas isso de nada vale para os fazer mudar de ideias, pois continuam a dizer coisas como: “A teoria da evolução tem apenas pessoas que defendem a ideia de que não existe um designer” (*). Isso não é assim. A teoria da evolução (bem como todas as hipóteses evolutivas aceites) é apoiada por evidências e é o fruto do trabalho de vários cientistas ao longo do tempo, começando por Darwin e Wallace, passando por Ohno, Haldane - no campo da genética de populações e muitos outros.
Darwin era cristão e criacionista, como muitos cientistas no seu tempo, quando descobriu que a selecção natural poderia ser uma boa parte da explicação para a diversidade e complexidade da vida – ou seja, quando começou a trabalhar na sua teoria. As suas dúvidas relativamente á existência de deus vieram depois, quando finalmente se apercebeu da realidade do mundo em que vivia. O próprio pai da teoria mudou de ideias face às evidências. Mas não se consegue convencer um criacionista de que aquilo em que ele acredita está errado.



*Nota: Um bom exemplo desta situação pode ser encontrado aqui: http://darwinismo.wordpress.com/2013/11/07/protegendo-a-teoria-da-evolucao/#comment-22780 (note-se que o comentário é de uma pessoa que já leu várias coisas que escrevi sobre o assunto).  

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