Perturbação Bipolar – A P. bipolar com características
predominantemente maníacas está associada a um QI total e verbal superior na
infância (8 anos), e os genes associados a uma predisposição para QI elevado
são os mesmos associados a um maior risco de doença bipolar. Estes factos em
conjunto com várias observações de “génios” criativos com doença bipolar
levam-me a crer que de um
modo geral a doença bipolar está associada à inteligência - incluindo a
inteligência criativa. No entanto é observada deterioração cognitiva neste aspeto,
pois os episódios podem danificar o cérebro.
Perturbação Esquizoafetiva – De um modo geral, existe
uma deterioração do valor geral do QI em 44% da população em pelo menos 10
pontos (partindo do nível pré-mórbido), mas 31% da população mantém um QI
estável entre o normal e o superior. Verificam-se, no entanto, acentuadas diferenças entre os 2 subtipos:
No tipo Bipolar – O QI geral mostrou-se em média apenas
ligeiramente menor que o QI nos pacientes com P. Bipolar (num estudo com
pacientes bipolares, esquizoafetivos e esquizofrénicos); pode-se ainda contar
com o efeito alguma deterioração (em ambos), pois as medições já são feitas
após a sintomatologia se manifestar, mas sabemos que a percentagem da população
bipolar afetada é menor comparativamente à percentagem da população
esquizoafetiva em termos dessa deterioração, pelo que é provável que não haja
uma diferença significativa entre a média dos QI’s das 2 populações. Ainda
assim as médias dos QI’s
foram de 97 e 94 respetivamente para as amostras bipolar e esquizoafetiva (no
estudo em causa), isto é, dentro do intervalo da média da população geral. Não
fica claro, no entanto, qual é o valor de QI total pré-mórbido, pois os
estudos que existem não diferenciam entre esquizofrenia e perturbações
esquizoafetivas.
No tipo Depressivo – Ainda no mesmo estudo, o QI geral mostrou-se em média
bastante menor que o QI nos pacientes com P. Bipolar e P. Esquizoafetiva tipo
bipolar. O QI médio (na casa dos 80) encontra-se abaixo do intervalo da média
da população geral.
Esquizofrenia – Algo semelhante foi observado nos pacientes esquizofrénicos. Estes têm tido resultados de QI comparativamente baixos quer com grupos de controlo, quer com outros pacientes do espectro bipolar/esquizofrenia, tendo sido também encontradas outras alterações cognitivas. Isto, em conjunto com o facto de ter sido descoberto que a esquizofrenia tem mais genes responsáveis associados igualmente com défices cognitivos do que com elevada inteligência leva a crer num défice cognitivo geral (baixo QI, etc.) provocado por alterações neuropsicológicas em comum com a doença. O QI vai sendo reduzido à medida que vai havendo deterioração cognitiva dos pacientes – em média na casa dos 80 é o valor esperado normalmente no início da doença, isto é, com uma idade não muito avançada.
Nota: Existem pacientes esquizofrénicos muito inteligentes - talvez porque fatores ambientais, tais como a educação também são importantes. Há estudos que identificam até mesmo um subgrupo de pacientes “sobredotados”.
Link para uma pasta com a bibliografia consultada: https://drive.google.com/drive/folders/1IYV2CXXAaiK28M9-c0jQOqQlui7ptYWY?usp=drive_link
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