domingo, 8 de dezembro de 2013

Ciência e religião: o que dizem as estatísticas (parte II) - Adenda

A propósito de ciência e religião, um estudo baseados nas respostas dos professores universitários dos Estados Unidos, revelou que as três áreas que abrangem uma maior percentagem de descrentes, isto é, ateus e agnósticos, entre estes são: psicologia, biologia e ciências computacionais. Relativamente à área da psicologia, a que incluía maior percentagem de descrentes (ateus e agnósticos), 61% dos psicólogos podem ser classificados como ateus (51%) ou agnósticos (11%). Na área da biologia, verificou-se a mesma percentagem em relação aos indivíduos que podiam ser classificados como ateus ou agnósticos, mas a percentagem de ateus encontrava-se na casa dos 20%, sendo os restantes agnósticos.




Muitos psicólogos têm alguma formação em biologia a nível universitário, que é provavelmente suficiente para compreender a teoria da evolução, mas não me parece que isso explique o porquê da tendência dos psicólogos para a descrença em geral e em especial para o ateísmo. Afinal os biólogos, que aprofundam as teorias das origens têm menos tendência para o ateísmo do que os psicólogos. Talvez o facto dos psicólogos estudarem as bases psicológicas e a origem evolutiva da religião explique melhor os dados. Não é por ser "inventado" que deus não existe, mas não é devido à revelação divina, mas sim aos processos mentais do ser humano que a religião, incluindo a crença em deuses existe. Isso é algo que poderá contribuir para (neste caso, desencadear) uma reflexão mais ou menos profunda sobre o assunto e durante esse processo pode chegar-se à conclusão de que não existe qualquer razão para acreditar em deuses.

Referências: 

Gross, N., & Simmons, S. (2009). The Religiosity of American College and University Professors Sociology of Religion DOI: 10.1093/socrel/srp026 (via "Epiphenom")


Nota: este texto é uma excepção - o blog está encerrado e este texto é o último.

5 comentários:

  1. A luz da ciência tem de se manter para destruir o obscurantismo causa da decadência dos povos.
    Afazeres profissionais?
    Também disponho de pouco. Já devia estar a dormir.
    Reconsidere e mantenha-se na luta já que tem talento e força de vontade.

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    1. É possível que o encerramento do blog seja temporário, mas não prometo nada.

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  2. Ciência e Religião e qual a maior percentagem de ateus a nível das ciências é muito importante porque infelizmente tudo o que seja psicologia, sociologia até podem ser ateus mas acabam por ser ciências parasitárias, excluindo os que acedem à parte clínica e mesmo esses divergem muito. Já os biólogos estranho que hajam assim tantos crentes. Lidando eles com a vida não entendem a base daquilo em que trabalham..
    Quase todos os dias leio qualquer coisa sobre Darwin e a oposição que obteve no seu tempo obrigou-o a muitas explicações e até o pintaram de macaco como se a evolução das espécies assentasse na questão dos macacos.
    Marx enviou a Darwin o Capital e Darwin agradeceu esperando que o Capital viesse contribuir para o desenvolvimento da Humanidade mas há ai uma parte muito crítica é que o Capital considera toda a espécie humana como um todo no contexto do mesmo desenvolvimento enquanto Darwin explica a evolução das espécies como a sobrevivência dos mais aptos. Importante estudar está temática porque parecendo antagónicas elas são complementares no entanto gostaria de ver mais postes relacionados com esta temática.
    Sobre os psicólogos tenho muito má recordação do meu relacionamento com eles porque são sobretudo palradores e entrando em Freud foi um "cientista" que nunca explicou onde reside no cérebro" isso a que ele chama "ido" "ego" e "superego". Trouxe algumas interrogações sobre temas do comportamento humano que vale pena analisar por serem interessante mas apenas isso.
    Vejo em C. Levy um "psicólogo" experimentalista que com o apoio da sua equipa de laboratório se submeteu voluntariamente às drogas para poder descrever a vivência do seu efeito. Relato com graça que na Alemanha com sucesso se vendia um comprimido para a estupidez e que o laboratório obteve grande suceeso comercial com essa aldrabice.
    Os nomes que lhe citei: Marx, Darwin, C. Lévy e até Freud nenhum era adepto do criacionismo.
    Por rondar a área de sua investigação leia C. Lévy. que desmistifica toda a trapalhada burguesa das ciência do espírito.

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    1. Em relação à psicologia, é de notar o aparecimento de disciplinas como a biopsicologia e a neuropsicologia e das neurociências cognitivas, que é uma área em que muitos psicólogos se formam. Tudo isto liga a área da psicologia cada vez mais a outras áreas, como a neurobiologia e actualmente há um esforço cada vez maior para aperfeiçoar os métodos de investigação na psicologia em geral (incluindo exames físicos). Além disso muitos psicólogos têm formação de nível universitário em genética (e alguns até em evolução nos E.U.A.), embora eu acho que deviam ainda ter mais.
      Quanto aos biólogos, pelo gráfico, cerca de 65% não acreditam num deus pessoal, isto é, não são teístas. Apenas 35% acreditam num deus pessoal. Agora compare com a percentagem da população dos Estados Unidos em geral, que é algo entre os 80% e os 83%. A percentagem de crentes não é assim tão grande.
      «Por rondar a área de sua investigação leia C. Lévy. que desmistifica toda a trapalhada burguesa das ciência do espírito.» Quando tiver tempo hei-de ler. Obrigada pela dica.

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  3. «Ciência e Religião e qual a maior percentagem de ateus a nível das ciências é muito importante porque infelizmente tudo o que seja psicologia, sociologia até podem ser ateus mas acabam por ser ciências parasitárias» - É importante ver as diferenças e discriminar, mas o que normalmente se chama de cientista é qualquer pessoa que trabalha e pensa de acordo com o método científico numa área em que obteve formação de nível superior (licenciataura, mestrado, doutoramento,...). Penso que é sempre pertinente incluir cientistas das áreas da ciências humanas (como arqueólogos, sociólogos, psicólogos), pois a maior incompatibilidade entre ciência e religião reside no método e é interessante ver como é que essas pessoas encaram a religião.

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